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Por que a odontologia suplementar ainda resiste à saúde baseada em valor?

16 de junho de 202516 de junho de 2025 Por IBRAVS
Fabio Nogi

Fabio Nogi aponta os entraves culturais, estruturais e tecnológicos que freiam a adoção do VBHC na odontologia suplementar — e alerta para os riscos de manter o modelo atual.

A promessa de uma odontologia mais resolutiva e centrada no que realmente importa para o paciente avança lentamente no setor suplementar. Conceitos como saúde baseada em valor (VBHC), desfechos clínicos e medidas autorrelatadas ganham força em outras áreas, mas na prática odontológica ainda prevalece um modelo fragmentado, focado no volume de procedimentos e com baixa integração entre os atores.

Com mais de 20 anos de atuação na saúde suplementar, Fabio Massaharu Nogi, Superintendente de Inovação e Odontologia na Seguros Unimed, analisa os entraves que travam a transformação do setor — e o que está em jogo se ela não acontecer.

O modelo tradicional e o desalinhamento cultural

Segundo Nogi — que também é diretor da SINOG, conselheiro consultivo do IBRAVS, membro do conselho da Yuni Digital e professor de MBA e pós-graduação —, a odontologia suplementar está somente começando sua jornada rumo ao VBHC. O modelo vigente ainda recompensa volume, não valor.

Para que ocorra uma mudança significativa, é preciso repensar contratos e formas de remuneração, fortalecer a articulação entre operadoras, prestadores e pacientes, e investir em tecnologia capaz de gerar e analisar dados de desfecho com consistência.

“Mais do que ferramentas, falta alinhamento estratégico e cultural. É necessário engajar todos os atores em um novo propósito, que vá além da entrega de procedimentos e coloque o bem-estar e a experiência do paciente no centro”, afirma.

Medir o que importa: o papel dos desfechos e da experiência

No campo dos indicadores, o AOHSS (Adult Oral Health Standard Set) reúne métricas clínicas e autorrelatadas (PROMs), abrangendo dor, estética e impacto psicossocial. Também se destacam instrumentos como OHIP e OIDP, voltados à qualidade de vida relacionada à saúde bucal.

“Esses indicadores captam o impacto real das condições bucais na vida das pessoas, indo além do aspecto clínico e incluindo dimensões emocionais e sociais”, diz Nogi. No entanto, ele reconhece que o uso ainda é incipiente no Brasil.

Para que ganhem tração, é preciso alinhar incentivos e mostrar, na prática, os benefícios tanto para profissionais quanto para pacientes. “Sem perceber valor, nenhum dos dois irá se engajar.”

Além disso, as ferramentas precisam ser adaptadas ao contexto brasileiro — com linguagem acessível, aplicabilidade local e integração ao fluxo assistencial.

Da coleta de dados à ação: desafios para dar voz ao paciente

Coletar PROMs e PREMs não se resume a aplicar questionários. Para Nogi, trata-se de incorporar a perspectiva do paciente no processo de cuidado, o que exige infraestrutura tecnológica, capacidade analítica e uma mudança de mentalidade.

Esse amadurecimento é essencial num cenário cada vez mais moldado por dados e inteligência artificial. “Sem ouvir o paciente, os profissionais perderão protagonismo frente à tecnologia.”

Transformar essa escuta em ações concretas implica revisar processos, redimensionar o que se entende por sucesso clínico e redesenhar modelos assistenciais com foco na individualização.

Confiança: o cimento dos modelos baseados em valor

A transição para o VBHC depende da construção de confiança entre os atores do sistema, sustentada por quatro pilares:

  • Definição conjunta de metas e indicadores, promovendo alinhamento e corresponsabilidade;
  • Modelos de ganho compartilhado, que incentivem o foco nos desfechos;
  • Relações colaborativas entre operadoras e prestadores, substituindo o viés fiscalizatório por práticas como revisão conjunta de casos;
  • Cultura de experimentação, com pilotos e ciclos curtos de melhoria.

“Sem espaço para testar e ajustar, corremos o risco de paralisar diante da complexidade da mudança”, afirma Nogi.

Qualidade percebida: o primeiro passo do Triple Aim

Entre os três objetivos do Triple Aim — melhorar o cuidado individual, a saúde populacional e reduzir custos —, Nogi defende que o primeiro deve ser prioridade na odontologia suplementar.

Só a entrega de cuidado percebido como valioso pelo paciente cria engajamento e estabelece a base para metas populacionais e ganhos de eficiência. Ignorar essa etapa compromete a sustentabilidade de qualquer transformação.

Personalização em escala: o futuro possível

Historicamente, a padronização guiou os modelos de cuidado na odontologia suplementar. Com o avanço da tecnologia, torna-se possível personalizar — em escala — o cuidado, a partir de perfis clínicos específicos e interações com outras condições de saúde.

“Pacientes com diferentes graus de periodontite podem ter planos de cuidado distintos, com metas específicas e conexões com doenças sistêmicas, como diabetes”, exemplifica Nogi.

Essa diferenciação deve refletir também na remuneração: “o ideal é que a complexidade e os resultados orientem o pagamento.”

Mais do que repetir protocolos, o desafio será criar fluxos assistenciais dinâmicos e responsivos, que conciliem integridade clínica e individualização.

Educar o paciente é parte da transformação

Muitos pacientes ainda associam valor a acesso rápido e cobertura ampla. Para que o modelo de valor avance, será preciso educar o público sobre o que realmente significa cuidado de qualidade: menos procedimentos desnecessários, mais prevenção, melhores desfechos e bem-estar no longo prazo.

Esse processo exige uma comunicação clara, contínua e ancorada em exemplos práticos. O paciente precisa ser parceiro ativo — não apenas receptor de serviços.

Valor exige cultura, colaboração e governança

O maior obstáculo à disseminação do VBHC é cultural. “Ainda há receio de romper com modelos antigos, mesmo com tecnologias e frameworks já disponíveis”, afirma Nogi.

Romper essa inércia exige uma agenda coletiva com participação de operadoras, prestadores, entidades de classe e órgãos reguladores, como a ANS.

Além disso, é preciso evitar o erro de tratar o VBHC apenas como um novo modelo de pagamento. Trata-se de uma transformação sistêmica, que atravessa a organização do cuidado, o papel do paciente e a governança dos sistemas.

“Valor não é custo. É o que de fato importa para o paciente”, conclui.

Categorias Valor em Saúde Tags desfechos clínicos, experiência do paciente, inovação em saúde bucal, odontologia suplementar, PREMs, PROMs, remuneração por valor, Saúde baseada em valor, transformação cultural, vbhc Deixe um comentário
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